Sobre
As bibliotecas devem despertar a memória presente nas experiências e conhecimentos da humanidade e da comunidade, a herança cultural, tradições, memórias coletivas, dando continuidade à história e preservando-a contra o esquecimento. Enquanto local de memória, deve ser guardiã do conhecimento, não apenas no sentido de guardar para si, mas através destes possibilitar novos estudos e vivências, preocupando-se com a criação de novos sentidos da memória, de forma educativa.
Para Pelegrini (2009), os bens culturais ou legados vivos que recebemos do passado, vivemos no presente e transmitimos às gerações futuras, reúnem referenciais identitários, memórias e histórias, que se tornam elementos vitais para a formação da cidadania. Trabalhar com ações de valorização do patrimônio enraizado no cotidiano das comunidades, dentro do ambiente da biblioteca, contribui com a reafirmação de identidades individuais e coletivas e o compartilhamento de saberes.
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É essencial, em qualquer área do conhecimento, disponibilizar resultados de novas abordagens, ampliando as possibilidades de atuação e auxiliando os profissionais. Logo, este website, enquanto produto do mestrado profissional em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio (PROMEP) do Câmpus Cidade de Goiás da Universidade Estadual de Goiás (UEG), contribui com o desenvolvimento de novas possibilidades no ambiente da biblioteca.
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O lócus de toda ação foi a Biblioteca Seccional Câmpus Goiás - Cajuí, pertencente ao Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás (Sibi/UFG). Seu nome "Cajuí" foi escolhido por meio de um concurso cultural e remete a um fruto conhecido na região e popular no estado como cajuzinho-do-cerrado ou cajuzinho-do-campo, nativa do cerrado que floresce entre os meses de setembro e outubro e dá frutos em novembro. É uma biblioteca que contempla aspectos universitários e comunitários, e trabalha frequentemente as temáticas culturais e patrimoniais em seu espaço físico, além dos serviços comuns a uma biblioteca.
Ao evidenciar a atuação da biblioteca para distintas ações, neste caso, como mediadora de ações de educação patrimonial, proporcionará novas pesquisas na temática do patrimônio cultural; temática pouco abordada na Biblioteconomia – e quando abordada, refere-se à conservação preventiva de acervos históricos. Permitirá também uma maior percepção dos profissionais bibliotecários para a importância de apresentar e promover o patrimônio cultural de sua comunidade. Portanto, faz-se necessário incluir metodologias no ambiente da biblioteca que valorizem a memória, a percepção e o pensamento crítico, visando a construção e promoção do conhecimento destas referências culturais por meio das experiências diretas com os detentores do saber.
A experiência não possibilita dar voz, mas ouvir as vozes dos detentores do saber e estende à comunidade esta oportunidade, por meio de um website com acesso público e gratuito. As memórias e as referências advindas do passado permitem o compartilhamento de afetos, sensibilidades, tradições e histórias entre os indivíduos, além de evidenciar as diferenças culturais e a diversidade existente na sociedade.
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Jaqueline M. Fernandes
Bibliotecária - Documentalista